Pessoas negativas podem e devem ser evitadas

Foto: Isen Majennt/Visualhunt

*Juliana G. Ribeiro

Eu tinha 17 anos quando passei no vestibular e, toda animada, contava os dias para começar as aulas. Mal conseguia acreditar que havia realizado um sonho e vislumbrava coisas maravilhosas.

Um dia fui ao banco fazer depósito de dinheiro para o meu pai, que era comerciante – nessa época, isso fazia parte da rotina de todo mundo. Encontrei um ex-namoradinho com quem tinha namorado uns 2 meses.

Contei que havia passado no vestibular e ele, ao invés de me parabenizar ou apenas dizer “que legal”, disse: “Pra que isso? Você não acha que é demais para você?” Perguntei o que queria dizer e ele completou:

“Nós moramos no interior, somos normais, gente como nós não pode sonhar tão alto. E se você não se adaptar, se não der conta, o que vai sentir? Não vai ser pior a sensação de fracasso?”

Apesar de ser tão nova, eu já tinha muitos sonhos e embora não soubesse como seria minha vida, uma coisa era certa. Eu não tinha medo de sonhar alto e foi o que disse para ele. Ainda falei que tinha pavor de sentir arrependimento por algo não feito. Não queria fazer a famosa pergunta “E se eu tivesse…” Foi a última vez que o vi.

Engraçado como essa história ainda martela minha cabeça de vem em quando. É incrível como pessoas negativas, mesmo inconscientemente, parecem querer te puxar para baixo, enquanto outras só te empurram para frente. E o que a gente faz nessas horas?

Dependendo de nosso estado emocional, nos deixamos levar para cima ou para baixo. Se estamos bem, nada nos atinge, mas se estamos frágeis, até o elogio parece uma ofensa.

Por isso, acho muito importante sempre me perguntar: “Como estou hoje? Forte ou frágil?” Se a resposta for a segunda opção, tenho que ficar atenta para não escutar tudo que ouvir. Tenho que relevar coisas para garantir que vou chegar ao fim do dia mais forte do que acordei.

Nesses dias, também invento mil desculpas para me afastar de pessoas negativas. Amanhã, quando eu estiver forte, elas serão apenas brisa, mas hoje elas podem ser tempestade. Vou me proteger!


*@julianagribeiro.jornalista é jornalista e uma das fundadoras do Vida de Adulto.

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