Um aniversário diferente, pero no mucho
Meu aniversário é dia 23 de março e este ano aconteceu em plena “Era Coronavírus”, expressão usada pela amiga Carla Caroline. A partir de agora, também passo a utilizar o termo para me referir a este momento surreal e típico de filme que estamos vivendo.
Nunca fui fã de grandes comemorações de aniversário até porque esta é a data que mais valorizo e, por isso, gosto de fazer reuniões menores com pessoas mais próximas. Não sou chegada à Dia dos Namorados porque acho muito comercial e piegas. Gosto das datas únicas, como aniversários de namoro, casamento, de pessoas especiais.
Mais do que a comemoração pública, acho que os pequenos gestos de lembrança e carinho de familiares e amigos são o que importam. Por isso, apesar da Era Coronavírus, me senti bem e querida no meu dia de nascimento porque consegui conversar – por vídeo, escrita, áudio – com pessoas que estão espalhadas por vários cantos do Brasil e do mundo.
O isolamento social, porém, me confirma uma coisa que já percebi desde novinha. É bom para o ego receber várias ligações, mensagens e presentes, mas o que importa é a qualidade desses contatos.
O que adianta ganhar um presentinho lindo de uma colega de trabalho e depois saber que ela fala mal de você pelas costas? Já aconteceu comigo. Quando soube, deixei de usar o porta-petiscos gracioso que eu sempre utilizava nas minhas festinhas. Doei o presente porque não conseguia mais olhar para ele.
Por outro lado, há presentes emocionais inesquecíveis. Este ano, uma amiga publicou um post mega criativo para me dar parabéns. Há muitos anos, outra amiga que morava na Austrália me ligou dias depois do aniversário, de um telefone fixo, para me parabenizar e explicar que demorou a dar notícias porque estava viajando para uma reunião sem sinal de telefonia. Meu marido também me dá presentes emocionais valiosos. Tantos, que nem tenho como listar.
Meu aniversário passou e a vida voltou ao normal dia 24 de março, mas continuo tentando me apegar a esses bons pensamentos. Em tempos estranhos como os de agora, a sanidade mental agradece.