Síndrome de Poliana
Você é do tipo pessimista, realista ou otimista? Costuma ver o copo vazio, pela metade ou cheio? Eu sou do grupo dos que, na maioria das vezes, enxerga o copo pela metade. Primeiro tento ver a realidade sem tintas coloridas para depois chegar a uma decisão ou opinião.
Por conta desse hábito não tenho a ilusão de que as pessoas sairão da pandemia do Covid-19 mais evoluídas como ser humano.
Acho que todos, independente de idade, classe social e cultural, estarão mais conscientes sobre o fato de que a vida é imprevisível e que não podemos controlar tudo o que queremos. Se essa conscientização vai se transformar em solidariedade, empatia, amor ao próximo…. o tempo dirá.
Ao mesmo tempo, acredito que um grupo de pessoas que sempre foi solidária, empática e consciente do papel que desempenham ou podem desempenhar na sociedade estará desperta e ativa. Se antes da pandemia esse desejo de ajudar e fazer a diferença acabou ficando para depois por falta de tempo ou sanidade mental, acho que agora essa hora pode chegar.
Pesquisas nos Estados Unidos já mostram que aumentou o número de pessoas que pretendem mudar hábitos que permitam mais tempo para a vida pessoal. Quem sabe esse não é o início de uma mudança real para muitos? O tempo dirá.
Enquanto isso, continuo analisando a vida com o copo pela metade.
Não quero ficar eternamente na fase na negação e nem sofrer da “Síndrome de Poliana“, tendência de se lembrar mais de coisas agradáveis do que de coisas desagradáveis. O termo surgiu a partir do livro Pollyanna, de Eleanor H. Porter, cuja personagem é famosa por sempre ver o lado otimista das coisas.
Não quero sofrer por pensar que consigo resolver tudo e nem por acreditar que sempre há uma luz no fim do túnel. Algumas vezes a luz só vai aparecer se eu sair dos trilhos e buscar outros caminhos, mesmo que eu tenha que abrir com as mãos.
@julianaribeiro_blog é uma das fundadoras do Vida de Adulto. Escreve às quartas-feiras, duas vezes por mês.