Sei lá…
Há dias em que acordamos meio “sei lá…”. Tudo parece meio estranho e a única vontade que temos é a de deitar, ler e nos dar pequenos prazeres. Esses “luxos” podem surgir por meio de um banho demorado, uma massagem nos pés ou nas páginas de um livro.
Todo ser humano, ao menos uma vez na vida, acorda “meio assim” e não há motivo aparente. Muitas vezes, é só o corpo ou a alma pedindo um pouco de calma, atenção e análise. Aquela análise para dentro e que mostra que não somos e nunca seremos “Super” (e está tudo bem).
Como diz um meme que vi outro dia: “Me cobro tanto, que pareço um agiota”.
Até que ponto vale a pena ser algoz de nossas próprias vidas? Espere. Antes que questionem, as mudanças são aceitas e necessárias. Rever rotas e entender que podemos e devemos melhorar é essencial. Porém, passar dias sem descanso e reclamando de si, do próximo e de tudo, não é normal. É irreal e insuportável.
Para mim, o dia “sei lá”, que nos últimos tempos, muito antes da pandemia, é aquele momento de reconhecimento. É a hora de sair caminhar ou correr sem rumo certo; deitar e ficar mudando de canal sem sentido ou passar horasssssssssss na cama, apenas trocando a posição e pensando em absolutamente nada. Apenas me permitindo…
E é essa permissão que revigora. Que traz ânimo e, em alguns momentos, forças para escolher os novos rumos e para tomar decisões. O dia “sei lá…” ou o momento, é aquele que transforma e nos faz transbordar.
Há tempos não tinha uma sequência de dias em que fizesse apenas o que a intuição mandasse. Nos últimos 14 anos eles ocorreram, apenas, aos finais de semana ou feriados. Mas, nas primeiras férias da minha vida profissional (dez dias de recesso ao final do ano NÃO são férias), pude desfrutar de horas “sei lá…”.
E foram esses momentos que apresentaram várias coisas e caminhos que preciso fazer e seguir. Alguns mais tranquilos e outros mais turbulentos. No entanto, todos necessários, arriscados e agregadores.
“Sei lá”… vou me ouvir e seguir…
*@carlacaroline25 é colaboradora fixa do Vida de Adulto. Escreve aos domingos, duas vezes por mês.