Meu primeiro intercâmbio aos 39 anos

Mirante do Empire State Building, em Nova Iorque (Foto: Arquivo pessoal)

Eu tinha 14 anos quando “descobri” o mundo dos intercâmbios internacionais. Li na revista Carinho as histórias maravilhosas, e também ruins, de adolescentes que tinham passado pela experiência. Fiquei encantada com a possiblidade de viajar pelo mundo e na minha insistência de adolescente, fui perguntar a meu pai se “um dia, quem sabe” eu poderia fazer um intercâmbio.

Ele disse que, claro, eu poderia fazer quantos eu quisesse, mas no futuro. Naquele momento, como comerciante do interior de Goiás, ele não tinha condições financeiras. O tempo passou. A ideia continuou me deslumbrando, mas por motivos diversos, só consegui realizar esse sonho aos 39 anos, quando eu mesma paguei os custos.

Decidi estudar inglês em Toronto, Canadá. A experiência foi tão boa que pouco tempo depois fiz meu segundo intercâmbio, já depois dos 40. Desta vez, a escolha foi Nova Iorque. Nas duas viagens, muitas coisas em comum.

Eu já tinha viajado sozinha, mas para locais turísticos. A interação é diferente. Em um intercâmbio, você tem que conviver por muito tempo com pessoas completamente diferentes, de lugares do mundo que talvez nunca conhecerá. É uma rotina diária de esforço para sair da zona de conforto, que exige ainda mais dedicação quando você é mais velho.

Em Québec, dividi quarto com quatro adolescentes orientais que mal falavam o inglês. Nos comunicávamos por frases curtas. Na “excursão da escola” para Washington, o quarto foi compartilhado com três garotas muito jovens, uma turca, uma sul-coreana e uma russa.

Em Toronto, amigos mexicanos convidaram para a festa de despedida na casa onde estavam hospedados. Os proprietários eram uma mexicana e um chinês, que tinham os aluguéis de estudantes internacionais como fonte de renda.

Na festa, fizeram uma pergunta. Como é a “caípi-rí-nha? Resultado? Eu e uma menina de São Paulo fomos ao supermercado local e encontramos Ypióca e limão. Terminamos a noite fazendo a famosa caipirinha brasileira na festa regada a tequila e cerveja Molson Canadian.

Voltei a ser adolescente e foi maravilhoso!

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