Aos 30 anos, serei RICA
Ao final de cada ano, há certo tempo, sento-me e reflito sobre como foram os últimos dias, as metas cumpridas ou não e o que poderei fazer nos meses que vão chegar.
No início de dezembro passado, percebi que um objetivo (importante para mim) faltava ser realizado e, assim, resolvi que o faria antes de 2019 acabar.
No dia 27 de dezembro, por volta das 14h, segui pela estrada (literalmente) e percorri os mais de 380km que separam São Paulo, a cidade que escolhi para viver, e Ourinhos, minha terra natal. Sozinha, no carro, ora ouvindo música, ora no mais profundo silêncio, me coloquei a pensar sobre o período que estou na Terra.
Em meio a agradecimentos e pedidos, lembrei-me de uma frase que dizia à minha mãe em momentos de dificuldades ou enquanto assistíamos à TV (eu, ela e meus dois irmãos): “Aos 30 anos, serei RICA… a senhora vai ver!”.
Durante o caminho, percebi que a riqueza que desejava não estava relacionada, diretamente, ao dinheiro.
Mas a aspectos muito mais amplos como, por exemplo, entrar em um supermercado e comprar o que desejo sem precisar levar para casa somente o “mais barato” ou chegar, abrir a porta e saber que as contas de água e luz estão em dia.
A cada quilômetro que ficava para trás, entendia o que, ainda na adolescência, a Carla Caroline imaginava que seria sinônimo de “riqueza” aos 30 anos. Hoje, sei que sentir paz interior, ter um lar tranquilo, realizar sonhos, poder estudar, olhar para o lado e admirar os sonos da minha filha e do meu companheiro, além de proporcionar sorrisos leves à minha mãe, mesmo diante dos obstáculos da vida, é ser RICA!
Dois dias depois, sentada em uma padaria, após a missa dominical, dividi tais pensamentos e sonhos com meu amigo/marido/namorado. Em meio à fala entrecortada e olhos marejados, conclui que aos 33 anos (três anos após o que sonhava) sou RICA. Rica de sonhos, realizações, marcas, feridas cicatrizadas e muito, muito amor.
*@carlacaroline25 é colaboradora fixa do Vida de Adulto. Escreve aos domingos, a cada 15 dias.